A SÍNDROME DE KAWAMUNG

 “A primeira tarefa do líder é definir a realidade. A última tarefa do líder é dizer muito obrigado. E, entre essas duas tarefas, o líder serve.” (Max De Pree).
___
Por Antonio Carlos Lemos Cruz

Permita-me iniciar este parágrafo com uma pergunta. Qual é a diferença entre um gato doméstico que humildemente, encosta-se junto ao pé de seu dono e ronca o seu “motorzinho” e um tigre selvagem que despedaça impiedosamente as suas presas? Sabe qual é a resposta? O seu tamanho. Pois, esse pequeno felino tem a mesma natureza predadora e assassina de um tigre selvagem. Outrossim, na natureza humana, encontramos um paralelo semelhante à natureza desses animais. Existe um provérbio popular que diz: “Quer conhecer uma pessoa? Dê poder a ela.” Porque a exemplo daquele pequenino felino doméstico, há pessoas que apresentam uma natureza muito dócil e inofensiva, quando “pequena”. Entretanto, na essência já existe o DNA de um assassino sanguinário, pronto para despertar. Contudo, se mantém adormecida devido ao seu tamanho. Porém, quando ganham a musculatura do poder o seu “motorzinho”, antes inofensivo, ronca assustadoramente, e, como Godzilla sai por aí respirando ameaças e morte, despedaçando tudo que se encontra no seu caminho. Aquele animalzinho doméstico de outrora, agora é uma fera selvagem.

No filme, Saída de Mestre, o personagem de Donald Sunderland diz o seguinte: “Confio em todas as pessoas, só não confio no demônio que existe dentro delas!”.

Em O Sobrevivente de Auschwitz, Aleksander Henryk Laks conta que entre os mais cruéis algozes dos prisioneiros judeus, estavam os “seus compatriotas judeus” que serviam a suástica e ocupavam alguma função de liderança dentro dos guetos nos campos de concentração nazista. De modo análogo, os mais cruéis opressores da classe social mais desfavorecida, são aqueles que pertenciam à mesma classe, que compartilhavam dos mesmos princípios e defendiam os mesmos valores. Não obstante, depois que viram de lado, viraram as costas para os seus antigos companheiros, e passaram a odiá-los e oprimi-los de forma brutal. Dizem os historiadores que, parecia haver um ódio adicional daqueles os judeus, “emancipados” contra os seus irmãos e compatriotas. Hoje, vemos emergir em nossa sociedade, o desfile dessas celebridades do mal, que blindados e empoderados pelos seus cargos, e escondido por trás dos birôs, e com a caneta em mão, muitas vezes agem de forma arbitrária, e fazem um estrago. Como diz o compositor, João Alexandre, na música Pra Cima Brasil, interpretada pelos Quarteto Arautos do Rei: “Homens com tanto poder e nenhum coração”. Por conseguinte, não possuem preparo emocional nem formal suficiente compatíveis com os cargos que ocupam para poder lidar com questões interpessoais e atender a pessoa humana com dignidade e de forma justa. Evidentemente, não é de estranhar isso, porque a grande maioria desses “profissionais” preparados no “carbureto”, são frutos de acordos políticos, pré-eleitorais, que foram forjados para atender os seus desejos escusos e inconfessos, tendo as melhores garantias e os piores motivos.

J. Oswald Sanders diz que “parece haver uma evidente falta de liderança forte, segura, carismática que nessa época confusa necessita com tanta urgência.” (apud. Hernandes Dias Lopes, O Líder que Restaurou uma Nação, p.14).

Na saga, A Caverna do Dragão, no episódio, A Bela e a Fera, havia uma comunidade de indivíduos muito pacíficos e ordeiros, chamados “os feras-do-pântano” que viviam em uma pequena aldeia de forma muito tranquila e sossegada. Não obstante, um deles, Kawamung, ascendeu ao poder, após adquirir super poderes ao usar no peito um medalhão encantado e, a partir de então, passou a governar os seus compatriotas com mão de ferro, reduzindo-os à escravidão e aos maus tratos. Kawamung era muito “perverso e mal”. O seu desejo era destruir completamente os feras-do-pântano, seus antigos compatriotas.

Quando lhes são conferidos poderes, muitas pessoas ficam transtornadas, se tornam inconstantes e extremamente voláteis, por qualquer motivo, ameaçam, berram, cospem fogo pelas ventas como um dragão descontrolado. Usam e abusam do poder. Embora não disponham de um medalhão encantado, como Kawamung, a caneta serve aos seus propósitos malévolos e os caprichos de suas arbitrariedades. Deixando de parte a modéstia, acho que penso como Martin Luther King Jr. Quando diz: “Não importa por quanto tempo eu tenha de conviver com esse sistema, nunca vou aceitá-lo.” (Autobiografia de Martin Luther King Jr, p. 21).

Dizem os mais entendidos que “a vida imita a arte”. Desse modo, atitudes semelhantes à de Kawamung são observáveis em nosso meio. Agressividade, passividade ou virar as costas para alguém são muito comuns. Loron Wade no livro Os Dez Mandamentos, diz que esse tipo de conduta “não é menos nocivo”. “Não importa que forma assuma, o comportamento descortês é maldoso”. (Loron Wade, Os Dez Mandamentos, p. 56). Muitas vezes encontramos “líderes” imaturos de calibre minúsculo, incapazes de dirigir com sabedoria, agem de pela truculência, esbravejam. Usam e abusam da força, independentes da função que exercem, sofrem a síndrome de Kawamung.

Contudo, a história é cruel, porque muitos deles, à semelhança de Kawamung, quando perdem o poder do seu “medalhão”, batem em retirada e caem no mais completo ostracismo. Pobres mortais que se sentiam no topo, no final acabam na sarjeta da história.

O Dr. Barry Black, capelão do Senado Americano, escreveu:

Os líderes perdem muito do seu poder e autoridade depois de deixar os seus cargos de prestígio, e isso pode ser muito duro, caso tenha imaginado que o título de liderança definia sua identidade. (Sonho Impossível, p. 178).

Por conseguinte, necessitamos de líderes que tenham bom senso e respeitem os seus colaboradores e estejam mais preocupados em servir do que governar.

Max De Pree, em seu livro A Liderança é uma Arte escreveu: “A primeira tarefa do líder é definir a realidade. A última tarefa do líder é dizer muito obrigado. E, entre essas duas tarefas, o líder serve” (apud Black, p. 187-188). 

Quão colossal é a distância que separa os nossos líderes em diferentes escalas do ideal que nossa sociedade tanto necessita.

Black acrescenta:

Se você quer ser um líder verdadeiramente eficiente, seja, em primeiro lugar, uma pessoa ética e moral. A verdadeira liderança envolve muitos talentos específicos, mas o ethos de Aristóteles (bondade e moralidade) fornece uma base maravilhosa para convencer os outros a segui-lo. Se as pessoas creem que você pratica aquilo que prega, elas normalmente vão acreditar muito em você. Mas, se veem hipocrisia, sua eficiência será dificultada, não importa quão talentoso você seja. (Idem, p. 179).

Barry Black aponta alguns erros, que cometem aqueles que ocupam lugar de liderança.

▪ Deixam de ouvir os que estão ao seu comando; 
▪ Exercem a intimidação constante aos seus liderados; 
▪ Desprezam os seres humanos; ▪ Fazem de tudo para arruinar a carreira dos seus colaboradores.

Seja um líder que assiste os desassistidos e procura o bem-estar dos seus colaboradores. Um líder não coloca jugo sobre os seus liderados, mas ajuda carregar os seus fardos. Jesus disse que o Seu jugo é suave e o Seu fardo é leve. Graças ao ideal de Jesus, internalizados no coração de homens e mulheres, movidos de paixão pelas pessoas, conhecemos histórias fantásticas como de: Neemias, Martin Luther King Jr, A Lista de Schindler, Madre Tereza de Calcutá, entre outras.

Assistimos com tristeza e repudia a multiplicação de líderes com sede de poder e vingança e extremante arrogante. Nero e Calígula quem o diga. Há uma escassez de líderes dignos de serem imitados. Sentimos saudades de Neemias, Madre Tereza de Calcutá, Martin Luther King Jr, entre outros. Hoje, sentimos saudades de líderes do calibre desses homens e mulheres que revolucionaram a história humana.

O verdadeiro líder opõe-se deliberadamente daqueles que querem ser servidos, daqueles que exploram os seus liderados e dirigirem pela força, como Kawamung. O verdadeiro líder é aquele cuja amor e paixão é o bem estar dos outros e a glória de Deus. O problema da má gestão é um problema espiritual. O Dr. Hernandes Dias Lopes diz que:

“Quando perdemos o temor de Deus, a vida perde os referenciais. A impiedade sempre desemboca na perversão.” (O Líder que Restaurou uma Nação, p. 81).
 ___
*DESAVISO: L. Cruz REFERÊNCIAS BLACK, Barry C. Sonho Impossível: como Deus conduziu Barry Black do gueto ao Senado norte-americano – 2. Ed. – Tatuí, SP, Casa Publicadora Brasileira, 2013. KING, Martin Luther. Autobiografia de Martin Luther King 1°. ed. – Rio de Janeiro: Zahar, 2014. LOPES, Hernandes Dias. Neemias: o líder que restaurou uma nação. São Paulo, SP: Editora Hagnos, 2006. WADE, Loron. Os Dez Mandamentos: princípios divinos para melhorar seus relacionamentos – 2. Ed. – Tatuí, SP, Casa Publicadora Brasileira, 2006. *

4 comentários:

  1. 👏👏👏👏👏

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

    ResponderExcluir
  4. Casino Games - MJHUB
    The newest games from the 광양 출장안마 best providers, including Blackjack, Roulette and Craps, offer exciting 부천 출장샵 payouts, but don't forget a 구미 출장마사지 bonus. With 해외야구 an average 부산광역 출장안마

    ResponderExcluir

Os comentários dos post's são de inteira responsabilidade das pessoas que o fazem. Portanto, sejamos cordiais e educados!